quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O que as escolas precisam aprender...


A tarefa de todo educador, não apenas do professor é a de formar seres humanos felizes e equilibrados.(Gabriel Chalita)

A primeira escola...
Não podemos aqui negligenciar o papel da família, nossa primeira escola, portanto peça chave para a educação. Vamos conhecer sua atuação:
  • Pais negligentes: são os ausentes, intolerantes, inconstantes. Podem ser ao mesmo tempo distantes e punitivos. Filhos desse tipo de pai têm mais riscos de desenvolver atrasos nos desenvolvimento cognitivo e emocional, baixa auto estima e comportamentos anti-sociais, como dificuldade nas habilidades sociais.
  • Pais autoritários: geralmente mais impositivos e hostis às necessidades dos filhos. Baseiam a educação em regras e coerção e fornecem pouca atenção e afeto. Os filhos costumam ter dificuldades de socialização e podem apresentar maior agressividade, baixa auto estima, ansiedade e depressão.
  • Pais permissivos: extremamente afetivos, mas incapazes de impor os limites essenciais para o desenvolvimento da personalidade da criança. Estas apresentam maiores dificuldades em lidar com frustrações.
  • Pais participativos: fornecem suporte afetivo e também os limites e as regras para o amadurecimento saudável, atitudes de apoio, respeito, encorajamento e normas claras que ajudam a orientar e organizar a personalidade da criança constituem base da educação. Filhos de pais costumam demonstrar maior habilidade social, auto estima e resiliência, características essenciais para o desenvolvimento saudável.
A opção de ter filhos envolve mais do que a sua geração. O bebê exige anos de dedicação por parte dos adultos até que possa ser um adulto autônomo. O desenvolvimento cognitivo infantil é tarefa compartilhada entre duas grandes instituições da nossa sociedade: família e escola.
Portanto, estamos falando de duas instituições responsáveis pela educação: em primeiro lugar a família e em seguida a escola. Há efeitos positivos relacionados ao envolvimento parental na vida acadêmica das crianças. Quanto à escola, ela deve cumprir o seu papel e ela sabe qual é: 
O “obvio: em latim, obviam significa ‘seguir pelo caminho conhecido’. Os inovadores são osque descobrem caminhos novos. Embora a inovação seja essencial para as empresas*modernas, também é verdade que há caminhos que continuam sendo a distância maiscurta até o objetivo. A sabedoria está em não mudar o que não precisa ser mudado”(Max Gehringer). *Aqui no nosso caso a escola.

“A sabedoria surge no coração; até os analfabetos podem ser sábios, pois ela pode ser adquirida por meio de meditação e reflexão sobre as verdades a vida”.

Diante de um novo aluno que traga consigo uma nova exigência, ela - a escola não deve e não precisa entrar em pânico. O que ela tem a fazer é arregaçar as mangas e trabalhar, se desdobrar para vencer este novo desafio, cheio de experiências a proporcionar. André Comte-Sponville nos diz que: "O sábio é um homem de ação!”
Se a escola é a detentora do saber, deve usá-lo. Feito isto, a escola saberá como agir com cada novo desafio que aparecer. Ensinar, nos dias de hoje requer olhos de lince e vôo de águia. Isto sim é sabedoria!
Há um histórico na formação educacional voltado para a turma, e principalmente o estado reforça esta postura exigindo turmas cheias, com foco no ensino ministrado a muitos em um só tempo, isto é: plural. Mas o que precisa ser feito, enxergado é o sujeito em sua individualidade = singular. Sair da formação coletiva...e caminhar para a educação de indivíduos, únicos, diferentes, especiais por suas particularidades.
Acessibilidade
Então, o que faz a escola inclusiva?
Toma algumas medidas simples e econômicas como, por exemplo: adaptar recintos da escola; técnicas didáticas e atividades de aprendizagem; revisar a política de contratação especial, adotar esquemas de apoio para professores de ensino regular e alunos que apresentem necessidades especiais, decorrentes ou não da deficiência; capacitar seu quadro de pessoal a respeito das abordagens inclusivas nas escolas.
Tecnologia Assistivas
Nesse momento  um Terapeuta Ocupacional pode auxiliar realizando: Adequação do ambiente /acessibilidade(*); fazendo Adequação postural em cadeira escolar e de rodas; indicando e orientado Tecnologias assitivas(*) e adaptações se necessárias; e orientado sobre as mais diversas habilidades. E também através de observações realizar outras orientações. *Nas próximas postagens estarei falando no assunto.

Na escola inclusiva...
A educação deve se processar naturalmente respeitando a idade cronológica, com regras e limites que servem a qualquer indivíduo; Estimular a inteligência não significa controlar os passos da criança ou fazê-la praticar uma série de exercícios metabolicamente programados. Implica isto sim, preparar o caminho para o desenvolvimento e a realização plena de cada indivíduo.

Na escola inclusiva...
Libras
O educador é quem repete: A atividade de formas e maneiras variadas até o automatismo do aprendizado. O desenvolvimento da aprendizagem deve partir do que o aprendiz/educando domina para o currículo desejável, as atividades devem se repetir e variar até o domínio do conteúdo, privilegiando a utilização de material concreto.
Não se pode perder de vista o conceito de reversibilidade:
  • Reversibilidade: a capacidade de representação de uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada. Apesar de não se limitar mais a uma representação de forma imediata, depende do mundo concreto para abstrair.
  • Reversível: que se pode, ou que pode reverter – voltar ao ponto de partida; quese pode usar pelo avesso e pelo direito: Reversibilidade.
É isto se adquire colocando o aprendiz/educando diante de experiências ricas vivenciadas por ele.

Braille
A escola inclusiva...
Faz Adaptações.Adaptação: ato ou efeito de adaptar (-se); Adaptar: tornar apto; adequar; Aquilo que se adaptou; 
Ex: vivenciar o aprendizado prático; material concreto: dinheiro de mentira, dobradura, tangran, rótulos/embalagens;Jogos: baralho, xadrez. Utiliza o braille, a libras, linguas de sinais, etc...



A escola inclusiva:
Esporte adaptado
  1. Valoriza disciplinas como Artes, Educação Física, etc;
  2. Desaperta para temas como Educação ambiental, cultura popular, nutrição, história urbana, direito do consumidor, administrando a casa; 
  3. Resgata disciplinas como filosofia e oratória;
  4. Motivadora da prática deesportes;
  5. É flexível em relação ao tempo espaço;
  6. Oferece educação em Tempo integral;
  7. Se organiza em oficinas do tipo:
Oportunidade p/ funcionar
Oficinas terapêuticas
Oficinas protegidas
Oficinas de artes: (teatro, pintura, dança, música, coral, artesanato, etc);
Oficinas pedagógicas: (contação de histórias, jogos, psicomotricidade; etc);
Oficinas profissionalizantes: (informática, culinária, sorveteria, futebol, salão de beleza, reciclagem de papel).
Oficina de trabalho: (Monitoria, Cooperativas Sociais/ por exemplo reaproveitamento do lixo)

Neste caso por exemplo, o Terapeuta Ocupacional orienta oficinas sobre: Habilidades motoras e de processo; Habilidades Básicas e de gestão (AVD, AIVD); Habilidades específicas (manuais, etc.).

É muito comum no caso de uma inclusão, a pergunta se o aprendiz/educando pode ser contrariado ou se devem fazer as vontades dele, por causa da “doença”? E esta é uma dúvida que não procede, até porque não estamos falando de doenças, mas de déficits, dificuldades, limitações. E a resposta é: não se pode perder o foco sobre a construção da cidadania. Não é aconselhável o tratamento diferenciado em relação ao restante da turma, pois é um cidadão de direitos, mas também de deveres. 
 
 “Lembrai-vos que a finalidade da educação é formar seres aptos para governar a si mesmos e não para ser governado pelos outros”.
(Hebert Spencer)

A perspectiva de construir uma escola para todos é fruto do exercício diário de ações de pessoas que reconhecem o valor do outro, que aprenderam a cooperar e a ser solidários e acima de tudo, que aprenderam a valorizar as diferenças.


  BIBLIOGRAFIA:
        ANGOLINA, Daniela Cunha; O que é plasticidade Cerebral, Fonoaudióloga, Artigo de pós graduação.
CHALITA, Gabriel; Educação: a solução está no afeto, São Paulo: Editora  Gente, 20011ª edição, edição revista e atualizada.
CRESPO, Ana Maria Morales; Pessoas com deficiência a construção da cidadania, (jornalista e presidente do conselho de vida independente Araci Nalin), Federação das APAE’s do estado de Minas Gerais, semana do excepcional 2001.
DELY, Paula; A violencia no cotidiano Familiar; portal positivo.
SASSAKI, Romeu Kazumi; Construindo a sociedade para todos, Rio de Janeiro WVA, 1997.
SPONVILE, André Conte; A Consolação da Filosofia, REVISTA ÉPOCA; 1° de janeiro de 2007.

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