domingo, 4 de novembro de 2012

INDICANDO E MEDINDO CADEIRA DE RODAS

Hoje trouxe um texto que originalmente não é meu, mas como introdução quero dizer do trabalho da Terapia Ocupacional na indicação e uso de cadeira de rodas, bem como da medida e adequação à postura que é realizada por este profissional. O uso deste equipamento/dispositivo deve ser bem analisado ergonomicamente para que o conforto e satisfação do usuário da cadeira seja garantido.

(*) "Para termos uma ideia clara quanto à evolução do indispensável recurso da "tecnologia assistiva", que tem sido a cadeira de rodas, deveremos fazer cansativas pesquisas em bibliotecas de Faculdades de Medicina ou de áreas específicas, como Fisioterapia, Terapia Ocupacional e correlatas.
Vale a pena lembrar que, espalhadas por diversos sites da Internet, poderemos encontrar muitas ilustrações que nos darão base para nossos estudos mais profundos ou para tornar mais interessantes nossos eventuais artigos ou nossas aulas, palestras e conferências, conforme o caso.
Este trabalho é uma espécie de compactação de relevantes tópicos e ilustrações sobre Cadeiras de Rodas (inclusive algumas muito sutis e perspicazes piadas)."

Por: 
(*) Otto Marques da Silva
Consultor em Reabilitação Profissional
Coordenador Geral do Centro de Referências FASTER
E-mail: falecomfaster@uol.com.br

(*) Ricardo José Del'Acqua
Engenheiro Mecânico
Web-Designer do site www.crfaster.com.br
Centro de Referências FASTER
E-mail: rdelacqua@bol.com.br 

CADEIRAS DE RODAS E SUA EVOLUÇÃO HISTÓRICA

*O texto atual não não manteve a ilustração do original.
O Surgimento de Cadeiras de Rodas

Não é difícil imaginar que a necessidade de movimentar uma pessoa acidentada ou doente com mais facilidade do que pegá-la pelas pernas, pelos braços ou colocá-la nos ombros, existiu desde os primeiros dias do homem sobre a Terra. Embora no início levado muito naturalmente às costas de homens mais fortes pelas matas ou pradarias, o homem ferido foi aos poucos carregado sobre galhos de árvores arrastados pelo chão, ou sobre pranchas trançadas com cipós, mais facilmente arrastadas quando apoiadas em "pernas" adrede preparadas, à moda das muitas raças de índios que dominaram as planícies atualmente ocupadas pelo Canadá e Estados Unidos da América. Trenós e carrinhos de mão (que nossos habitantes da zona rural chamam de carriolas) foram também utilizados, desde a Idade Média. No entanto, é impossível detectar em que momento algum inventivo ser humano notou que, colocando rodas sob um assento ou sob uma cama em que a pessoa estivesse acomodada, a tarefa seria menos cansativa, muito mais facilitada e demandaria muito menor esforço. Além disso, provocaria menor dor e desconforto para o transportado. Um cartonista analisou esse momento*, com seu tom de sátira. Mas, na cena reproduzida ao lado, há uma verdade inquestionável: acidentes, pancadas, quedas, fraqueza de membros, amputações, paralisias, doenças agudas ou crônicas e outros males que levam uma pessoa ao leito, podem levar também ao uso de cadeira de rodas para movimentar-se.

Uma Primeira Ilustração de Cadeira de Rodas

Uma das primeiras e alegóricas gravuras* de uma cadeira de rodas, que chegou até nós, está em um vaso grego do século IV AC. Nela aparece muito claramente Hefesto (Hephaistos), o deus grego da metalurgia e das artes mais finas, comodamente sentado em uma cadeira de rodas com aros (inovador) e acionada por dois cisnes (muito imaginativo). Ou seja, ideia de uma cadeira de rodas auto-propulsionada, anfíbia e que não demandava esforço algum do ocupante... Esse mitológico deus grego sempre foi considerado na cultura grega antiga como muito competente em sua profissão, tendo chegado até a criar assistentes seus, do sexo feminino, que eram lindas jovens de metal dourado, articuladas, inteligentes... e robotizadas.
Existe outra ilustração no bocal de um vaso grego, mais ou menos da mesma época e que certamente levou em consideração a primeira representação da cadeira de rodas de Hefesto, que nos mostra o controvertido deus metalúrgico como conviva, devidamente integrado entre seus demais "colegas" do Olimpo. É um verdadeiro exemplo de inclusão social entre os deuses principais da mitologia grega, muitos séculos antes de Cristo. 

Um Berço com Rodas

A ilustração* ao lado é muito rara e mais antiga. Quase desconhecida, foi pintada em um vaso grego do século VI A.C., mostrando-nos a combinação de uma cama infantil com rodinhas. É um primeiro notável exemplo de adaptação de móveis com rodas na cultura grega de séculos Antes de Cristo. 

"Ridendum Castigat Mores"

O famoso cartunista Gustafson criou* algumas situações que servem para analisarmos cadeiras de rodas como um recurso muito útil na vida das pessoas com deficiência. Ele segue o velho adágio latino sobre os filósofos satíricos: Ridendum castigat mores" (Rindo atinge (castiga) os costumes). Deixa sempre, no entanto, seu recado subliminar pontiagudo. Neste caso, por exemplo, podemos pensar em: A vida de uma pessoa em cadeira de rodas, defrontando-se sempre com barreiras arquitetônicas, pode ser um inferno!!!

Cadeira de Rodas Especial de Rei 

Poucas são as ilustrações* de cadeiras de rodas antigas que chegaram até nossos dias e vale a pena divulgá-las. O Disability Museum dispõe de exemplos bastante notórios a partir do século XII. De séculos posteriores, uma das marcantes cadeiras de rodas, inserida numa obra da Dra. Sawatzky, ortopedista de Vancouver-Canadá, é aquela utilizada pelo rei Felipe II, da Espanha, em 1595*Além do rei poder ser transportado com muita cautela, mas com certa facilidade pelos diversos ambientes do palácio, a cadeira de rodas foi fabricada de tal forma que tinha mecanismos para inclinação e repouso dos pés, podendo transformar-se em um leito provisório, para repouso e maior comodidade do monarca espanhol. 

Cadeira de Rodas Mais Leve

Houve, com o passar dos anos, muitas famílias ricas que encomendaram cadeiras de rodas, de acordo com suas posses, que estivessem de acordo com as necessidades de seus membros e com seu estilo de vida. Isso aconteceu por diversos séculos, durante os quais não havia a produção sistemática de cadeiras de rodas. Esse foi o caso dessaverdadeira poltrona móvel, com duas rodas maiores sob o assento e duas menores para garantir facilidade de movimentação. Era acabada em vime da Índia, pesando mais ou menos 25 quilos. Podia ter ou não sistema de propulsão ao lado das rodas. Normalmente era movimentada por outra pessoa.

Cadeiras de Rodas Mais Sofisticadas

Sendo inexistente a produção em série de cadeiras de rodas, algumas mais sofisticadas foram fabricadas por encomenda, numa base individual. Em muitos casos havia preocupação com o conforto da pessoa, conforme podemos notar pelas características dessa* cadeira, com duas rodas providas de aros e uma menor para tornar mais fácil o rumo a ser tomado. Era facilmente manobrável e isso já no século XVIII.

Cadeira de Rodas Auto-Manobrável

Podemos, claro, encontrar inventivos utilizadores de cadeiras de rodas que criaram seus próprios modelos*, como Stephen Farfler, que era um relojoeiro paraplégico, e que foi seu criador, aos 22 anos de idade, no ano de 1655. Esse* confortável modelo era movimentado pelo próprio usuário. Utilizava os dois braços e não requeria qualquer ajuda em terreno plano - desde que não houvesse barreiras, como hoje em dia.

A Modernidade Inicial das Cadeiras de Rodas

Num passo decisivo para o objetivo desenvolvimento de cadeiras de rodas mais versáteis, no ano de 1933 Herbert A. Everest, norte-americano, encomendou uma cadeira de rodas que poderia ser levada num automóvel. O engenheiro H.C. Jennings construiu para ele essa* primeira cadeira de rodas dobrável. Esse modelo, devidamente patenteado como muitos outros modelos, foi utilizado por décadas, com a marca Everest/Jennings, antes que outros surgissem no mercado.

Cadeiras de Rodas para Esportes

Adaptações indispensáveis para tornar as cadeiras de rodas ágeis e seguras em determinados esportes - tais como as corridas e maratonas, o basquetebol e o tênis em cadeiras de rodas - foram criadas em todas as partes do mundo. Há modelos  surpreendentes nesse campo, muito leves, com eixos especiais e muito menor proximidade do solo, como esse* utilizado para tênis de quadra.

Cadeiras de Rodas em Regiões mais Pobres

David Werner, em seu livro Nothing About Us Without Us - Nada Sobre Nós Sem Nós, apresenta diversas ilustrações a respeito de tecnologias várias adaptadas a situações de extrema carência de recursos.
Uma delas relaciona-se a modelos alternativos de cadeiras ou assentos com rodas. Werner, com sua vasta experiência em regiões montanhosas e pobres, defende a individualização das cadeiras, porque, segundo suas afirmativas, "uma criança com deficiência não é um saco de batatas". Além disso, há que se considerar que as necessidades de cada criança são sempre de alguma forma diferentes.

Becky (Amiga de Barbie) em Cadeira de Rodas

Num artigo publicado na revista One in Ten, da Rehabilitation International, no ano de 1998, Tomas Lagerwall, então do Swedish Handicap Institute (hoje é Secretário Geral da Rehabilitation International) escreveu: "Muitas garotas e alguns meninos brincam com uma boneca chamada Barbie. Becky, a amiga de Barbie, usa uma cadeira de rodas.
A boneca tem ajudado crianças a se acostumar com o fato de que algumas pessoas têm deficiência e que os recursos que usam fazem parte de suas vidas. Há também bonecos e bonecas com deficiências, sendo produzidos em países mais pobres. Esses* brinquedos, que estimulam a aceitação, podem ter uma forte influência sobre as atitudes das crianças para com as deficiências" (Thomas Lagerwall).

Motorizadas e mais Modernas

Com o avanço industrial e com o surgimento de matéria-prima muito mais moldável e mais leve, além de muito maior demanda, as cadeiras de rodas evoluíram de uma forma surpreendente desde as primeiras Décadas do Século XX. Seria tarefa impossível levantar todos os modelos existentes, desde as manuais, dobráveis ou não, às hospitalares, às adaptadas a situações específicas e também às motorizadas, que aos poucos vão tomando conta do mercado, como esta* da gravura.

Cadeiras de Rodas Especiais

Há modelos* para muitos gostos e muitas necessidades. De triciclos (scooters) existem centenas de modelos, cores e estilos em todas as partes do mundo. Há cadeiras de rodas para todos os terrenos e superação de obstáculos também. O importante é que elas não sejam confinadoras, mas libertadoras das pessoas que as utilizam.

Gente Muito Famosa em Cadeira de Rodas

Cremos que uma das figura mais famosas e importantes, que viveu no Século XX e que foi vítima da poliomielite, quando já era Presidente dos Estados Unidos, foi Franklin Delano Roosevelt. Embora fosse notório que seus assessores (e ele mesmo) evitassem que fosse visto ou movimentado em público e fotografado utilizando uma cadeira de rodas, não a dispensava em momentos especiais. Nesta* foto, ele dava seu apoio à campanha nacional contra a poliomielite e levava ao colo seu cão para reduzir o impacto de sua evidente deficiência física. Importância das Cadeiras de Rodas nas Campanhas de Acessibilidade
Campanhas múltiplas têm sido desenvolvidas em muitas partes do mundo, procurando chamar a atenção para os aspectos de acessibilidade que afetam sobremaneira as pessoas que usam cadeiras de rodas. Pequenos ícones estão espalhados pelos mais variados sites da Internet, pregando o acesso a todos os ambientes. A Rehabilitation International aprovou seu projeto de ícone indicativo de acesso a cadeiras de rodas (aprovado pelo Sistema ISO de qualidade), que se tornou internacional. 
Outros esforços têm sido desenvolvidos continuamente e precisam ser sempre apoiados.
TEXTO RETIRADO DO BLOG: http://wwwterapiadamao.blogspot.com.br/

ADEQUAÇÃO POSTURAL E ACESSIBILIDADE

Indicar, medir, orientar o uso ... tudo isto é tarefa do Terapeuta Ocupacional. Sim, orientar o uso, quer dizer ADEQUAR A POSTURA, adequação postural é outra função não só em relação a cadeira de rodas para pessoas com deficiências mas pessoas em geral, a boa postura favorece o desempenho da atividade, seja ela qual for. Seja qual cadeira for. Para a realização de atividade do cotidiano, seja nas atividade da Vida Diária ou nas Atividades Instrumentais da Vida Prática, Trabalho e Lazer.
A adequação postural e importante, pois a cadeira é a extensão do próprio corpo da pessoa e como tal ela deve se sentir bem em relação à ela, em relação a seu corpo. Cada um apresenta necessidades distintas e é isso que o Terapeuta Ocupacional vai garantir, que as medidas se ajustem a cada pessoa, bem como a indicação adequada para a atividade a desempenhar, bem como adequar a postura, ajustes, repousos, transferências, etc.  
Outro aspecto a ser garantido é a acessibilidade da pessoa não só à cadeira como ao ambiente, eliminando as barreiras ambienteis e atitudinais de acordo com as normas da ABNT. 


   

sábado, 3 de novembro de 2012

Por que não utilizar o andador!?


É bem verdade que o anda-já (ou andador) representa uma alternativa para os pais no que se refere a independência dos bebês. Uma vez que a criança dentro do aparelho, os pais ficam à vontade para realizarem seus afazes domésticos, ou descansarem. Porém, é nesse momento em que os acidentes acontecem!

A SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA condena o uso de andadores, considerando o risco de acidentes graves e os atrasos ao desenvolvimento motor do bebê.
Países desenvolvidos, como o Canadá, proibiram a comercialização do produto desde 2007, devido aos riscos à saúde da criança!

Os acidentes acontecem pela proximidade com tomadas, panelas e produtos tóxicos, causando queimaduras, choques e intoxicações. Quedas também podem ocorrer e dependendo de suas proporções oferecerem risco à vida da criança.

Desde o início da vida, o bebê atravessa etapas no desenvolvimento que servem de base para as próximas. Entre essas etapas está o ENGATINHAR, que dá oportunidade à criança de explorar o ambiente, fazendo contato com brinquedos e objetos, e ainda com o chão.
  
O uso do anda-já encurta e muitas vezes até exclui esta etapa do desenvolvimento, trazendo consequências para as etapas seguintes!

E ainda se a criança é muito pequena para o andador, ela usará somente as pontas dos pés para fazê-lo entrar em movimento, causando problemas ainda mais graves, como marcha tardia, encurtamento muscular, marcha em ponta de pé, e alterações ósseas significativas! 

Claro que algumas crianças utilizam os andadores sem que sofram qualquer acidente ou alteração motora no seu desenvolvimento. Cabe a você decidir se vai expor seu filho ao risco ou favorecer as suas etapas normais de desenvolvimento.

É brincando que a criança se desenvolve!

E engatinhando seu bebê vai longe! 

Via: T.O - Janaína Silva

Para saber mais: http://criancasegura.org.br/page/andador-perigoso-e-desnecessario

Contrabalance as informações e reflita!