sábado, 10 de dezembro de 2011

O direito de ir e vir com independência

"Uma simples análise do crescimento das cidades nos mostra que geralmente o seu crescimento, que diz respeito à arquitetura e ao urbanismo, não levou em consideração as necessidades de todos que dela fazem parte.
Promover a acessibilidade para todos é ainda um grande desafio que enfrentamos e este objetivo somente será atingido com a eliminação das barreiras arquitetônicas e urbanísticas da edificação, do transporte e da comunicação.
Assim, entende-se por cidade com acessibilidade para todos aquela que nas suas edificações, seu urbanismo, seu transporte e nos seus meios de comunicação, traz condições que permitam a qualquer pessoa a sua utilização com autonomia e segurança.
A cada dia surgem novas idéias e projetos de edificações que vão tecendo, dando forma e delimitando a cidade. Essas edificações são elementos e texturas formando um grande aglomerado de necessidades e facilidades criado pelo homem  e para o homem.
Hoje as novas idéias e projetos que surgem devem seguir o conceito de acessibilidade para todos, pois uma cidade é de todos, feita por todos e deve servir a todos. Suas ruas, suas praças, seus parques e seus edifícios devem ser projetados para atender a todos e não somente uma parcela da população.
A sociedade da qual todos fazemos parte, da qual somos célula integrante, não deve resumir-se a elementos de incluso ou exclusão. Nós todos somos a sociedade e as várias comunidades que a compõem são partes deferentes entre si, mas igualmente importantes e de expressão única.
          Portanto a arquitetura desenvolve um papel importante na história, no processo de compreensão da sociedade como um todo único. Toda e qualquer idéia dou projeto deve ter um nascer respeitando o conceito de “acessibilidade para todos”. Todo e qualquer cidadão a pessoa idosa, a pessoa com deficiência, a gestante, o obeso, a criança – tem o livre direito de locomover – se pela cidade, usufruir dela, participar e cooperar no seu desenvolvimento.
A eliminação dessas barreiras e o entendimento de que novas barreiras não devem ser construídas passará a ser uma realidade para profissionais como arquitetos, engenheiros, urbanistas, pois devemos planejar, projetar e construir levando em consideração as limitações, capacidades e necessidades que as pessoas apresentam.
Assim, devemos entender de uma vez por todas que não são as pessoas que são portadoras de deficiências e sim as edificações, transportes e comunicações em geral, que são planejados e projetados com conceitos ultrapassados ineficientes para o uso do homem (eu, você, todos)."
José Almeida Lopes Filho*
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* Arquiteto especialista em acessibilidade

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