Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é! |
Será que é mais fácil excluir do que incluir? A verdade é que o que é mais comum presenciarmos,
é a exclusão.
Como lidar com as diferenças que existem entre as pessoas?
Como lidar com as diferenças que existem entre as pessoas?
Convivemos com diferenças o tempo
todo: homem X mulher; alto X baixo; bonito X feio; gordo X magro; pobre X rico;
velho X novo; gigante X anão; brancos X afrodecentes; lado A X lado B (como na
política, por exemplo); religião X,Y,Z; Orientação/opção sexual; fulano,
beltrano, sicrano; rótulos; RóTuLoS, RÓTULOS; ... e estes não são só aplicados
aos dEficiêntes e imperfeitos. Antes de qualquer coisa temos que nos libertar
destes rótulos, pois:
Eis a única circunstância de gaiola que eu aprovo, por suas portas
estarem abertas para que possamos abrir nossas cabeças.
DEUS não faz acepção de pessoas”. (Atos 10:34)
"Ser diferente é normal!"
Já pensou se todas as pessoas fossem
iguais? Não seria um tédio?! Por isso DEUS nos fez assim. Para aprendemos a descobrir e valorizar a diversidade
convivendo com pessoas diferentes.
Certa vez, Caetano Veloso foi
perguntando por um repórter ser ele era normal e a resposta dele é
uma das frases que eu acho mais interessantes:
É isto, convivendo de perto saberemos as particularidades de cada um.
“De perto ninguém é normal!”
É isto, convivendo de perto saberemos as particularidades de cada um.
Quase sempre basta uma mudança de
mentalidade para que alternativas propiciem a convivência integrada.
Já falei anteriormente sobre o conceito de DIVERSIDADE FUNCIONAL, lembram? É graças à maneira de ser pensar e
agir de cada um que o mundo fica mais interessante. Todas as pessoas têm
contribuições para dar, se todas tiverem a mesma oportunidade de aprender e conviver.
Façamos um paralelo então, entre:
excluídos X incluídos. Onde segundo o dicionário:
· Excluir é: eliminar; por fora; expulsar; retirar; não admitir;
privar; despojar.
· Incluir é: Compreender, abranger; conter em si; fazer tomar parte, inserir,
introduzir; fazer contar de uma lista, de uma série, etc.; relacionar; estar
incluído ou compreendido, fazer parte, inserir-se: INCLUSÃO.
Acreditam os especialistas em inclusão que as “comunidades com diversidade sejam mais ricas, melhores e lugares mais produtivos para viver e aprender” e que “comunidades inclusivas tenham a capacidade de criar o futuro” daí o desejo de uma vida melhor para todos.
Precisamos também, criar acessibilidade para
todos: Acesso ao Social, ao Físico, ao Transporte, à Escola, à Comunicação, ao Lazer,
ao Trabalho, ao Voto, á Sexualidade, ao Esporte, ao meios Digitais e Espirituais.
Numa próxima postagem, nos aprofundaremos no
tema acessibilidade, mas neste momento cito resumidadmente o arquiteto José
Almeida Lopes Filho:
... “A sociedade da qual todos fazemos parte, da qual somos célula
integrante, não deve resumir-se a elementos de inclusão ou exclusão. Nós todos
somos a sociedade e as várias comunidades que a compõem são partes diferentes
entre si, mas igualmente importantes e de expressão única...
... Assim, devemos entender de uma vez por todas que não são as pessoas que
são dEficientes e sim as edificações,
transporte e comunicações em geral, que são planejados e projetados com
conceitos ultrapassados ineficientes para o uso do homem (eu, você, todos).”
“O modelo social da deficiência diz que são as atitudes da sociedade e o nosso ambiente que necessitam mudar”. (Westmacott)
“O modelo social da deficiência diz que são as atitudes da sociedade e o nosso ambiente que necessitam mudar”. (Westmacott)
“Ama a seu próximo como a si mesmo”.
(Mateus 22:39)
Dá oportunidade de ter acesso ao que pode ser
feito, ou pelo menos nos dá a oportunidade de fazer autocrítica do que é
necessário ser feito, sairmos do senso comum* mudar velhos hábitos. Programarmos-nos
para o futuro reflexivamente. (*gostei muito da definição do Pedro Bial sobre
senso comum: é a pessoa que tem preguiça
de pensar! E nesse caso, isso é muito comum de acontecer, não parar p’ra
refletir e repetir uma fala impregnada de preconceitos).
A inclusão social é o processo pelo
qual a sociedade se adapta para poder incluir em seus sistemas sociais gerais,
pessoas com diversidade funcional, simultaneamente estas se preparam para
assumir seus papeis na sociedade. Constitui -se um processo
bilateral, no qual as pessoas excluídas e a sociedade buscam, em parceria,
equacionar problemas, decidir soluções e efetivar a equiparação de oportunidades
para todos.
É um
processo que contribui para a contornação de um novo tipo de sociedade através
de transformações, pequenas e grandes, nos ambientes físicos (espaços internos/
externos, equipamentos, aparelhos e utensílios, mobiliário e meios de
transporte), nos procedimentos técnicos e na mentalidade de todas as pessoas,
portanto também da própria pessoa com diversidade funcional.
Portanto, ao contrário do que se
poderia imaginar, numa primeira impressão é que a inclusão das pessoas com
diversidade funcional interessa a muita gente e não apenas a minoria.
A inclusão
social é um dos pilares norteadores da autodefesa da pessoa com diversidade
funcional.
A maior
dificuldade em se transformar uma sociedade excludente em uma sociedade
inclusiva não é necessariamente de ordem econômica, política ou técnica, mas
sim de ordem subjetiva ou atitudinal.
Isso porque
inclusão social é, antes de tudo, um processo subjetivo e espontâneo que
envolve, diretamente, o relacionamento entre seres humanos: entre uma maioria
constituída pelos “normais”, saudáveis e aceitáveis e uma minoria
estigmatizada constituída pelos “dEficiêntes, imperfeitos, descartáveis,
ineficientes e incapazes.”
O que é ser normal? Façamos um
paralelo entre o Normal X Pessoas, Cidadãos, Indivíduos com necessidades
especiais = Diversidade funcional – neste caso foco para a inclusão a ser
realizado pela sociedade inclusiva e ou provavelmente pelo professor inclusivo.
Diversidades funcionais comuns no ambiente
social e escolar: Mista como, por exemplo, no caso do autismo; na área
do intelecto – raciocínio e memória; ou Visual, Auditiva, Olfativa,
Verbal/Gustativa – isto é Sensorial; Sensório Motora e Física (aqui
necessidades educativas especiais). Atualmente até o Anão é considerado como pessoa
com necessidades especiais, por suas particularidades físicas, inclusive incluído
no BPC (Benefício de Prestação Continuada) do INSS.
“Na medida em que as diversas barreiras sociais são removidas, a pessoa com diversidades funcionais têm maiores chances de se posicionar com sujeito pleno, para além das limitações que possui”.
Mas, com o eliminar barreiras
atitudinais? Fernanda Travassos Rodriguez - Dra. em Psicologia resumidamente nos diz
assim:
...“quem apresenta e inclui a criança desde o nascimento na sociedade é a
própria família. ...
...Isto
não muda a sociedade em si, isto muda a idéia das pessoas que constroem
socialmente valores, normas, padrões, conceitos e preconceitos. ...
...Contudo,
podemos dizer que a inclusão começa em casa ,...Os pais... que permitem que
seus filhos (NORMAIS?) conheçam, se
aproximem e convivam com as diferenças. ...Uma inclusão que não é baseada em
crenças verdadeiras dos próprios pais não funciona, não vinga e não transforma
aqueles que cercam a criança. ...Há
guerra travada com aqueles que não aceitam nem as próprias diferenças e vivem
em busca de modelos ideais. ...
...( A CRIANÇA COM NECESSSIDADES
ESPECIAIS) ensina aos colegas que a vida
é feita de diferenças e que é possível lidar com as mesmas sem ter que buscar
modelos ideais... começa desde bem cedo a aprender a lidar com a sociedade como
ela é.”...
Todos
somos iguais nas diferenças! |
Respeite a diversidade:
- Faça um esforço para enxergar sempre a pessoa e não a diversidade funcional, pois ninguém gosta de ser visto pelo prisma das limitações.
- Trate a pessoa com diversidade funcional com a mesma consideração e respeito com que você trata as demais pessoas.
- Quando quiser informação de uma pessoa com diversidade funcional, dirija-se a ela e não aos intérpretes ou acompanhantes.
- Quando puder, ofereça ajuda e pergunte qual a melhor forma de colaborar. A própria pessoa com diversidades funcionais especiais auxiliará você quanto à melhor forma de ajudá-lo.
- Trate a pessoa com diversidade funcional como alguém com as mesmas qualidades e defeitos de qualquer ser humano.
- Chame a pessoa com diversidade funcional pelo nome, com se faz com qualquer outra pessoa.
- Pense sempre que você pode aprender e crescer muito convivendo com pessoas que se comunicam, se locomovem e faz leituras do mundo de forma diferente das suas.
BIBLIOGRAFIA:
FILHO, José Almeida Lopes; O
direito de ir e vir com independência, (Arquiteto especialista em acessibilidade, Federação das APAE’s do estado de Minas
Gerais, semana do excepcional 2001.
MAINARDI, Diogo; Deficientes
Discriminados, VEJA, 10 de dezembro de 2003.
OLIVER, Fátima Corrêa, et al; Reabilitação
Baseada na Comunidade (RBC) – Projeto Jardim D’abril Federação das
APAE’s do estado de Minas Gerais, semana do excepcional 2001.
TRAVASSOS-RODRIGUES, Fernanda; Síndrome
de Down – o portador e a inclusão para a inicialização na vida Social escolar; Psique.Psicóloga
e Terapeuta Familiar Doutora em Psicologia Clinica; PUC - RIO;
SASSAKI, Romeu Kazumi; Construindo
a sociedade para todos, Rio de Janeiro WVA, 1997.
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