Este trabalho, não é um daqueles artigos saudosistas de mutuense ausente, até porque já estou novamente presente contribuindo para o desenvolvimento de nossa cidade.
Quero escrever sobre minha prática (práxis) e sua competência maior: A ATIVIDADE, mais especificamente O BRINCAR; práxis da criança, do adolescente, do adulto, da 3ª idade, por que não? Atualmente tão deturpada, porém valiosíssima para o infante em seu desenvolvimento neuro-psico-motor e futura inserção sócio-ocupacional.
Ao observar infantes principalmente da zona rural e com baixa renda entrando no mercado de trabalho ou infantes de zona urbana com renda média/alta assumindo responsabilidades cotidianas, ambas precocemente. Prevejo conseqüências inúmeras a esta práxis e convido você leitor para uma reflexão sob as escolhas futuras com a qual todos nós deparamos um dia.
Estabeleçamos agora um paralelo a infância de hoje:
• Cadê o parquinho? E o poli esportivo, para que serve? Pr’a jogar bola os meninos pulam a cerca do parquinho ou apostam corrida de bicicleta e da vida em torno do mesmo, correndo o risco de serem atropelados.
• Tem a praça. E é de quem? O patins e a bicicleta há um tempo atrás não podiam transitar na Benedito Valadares - é o lugar do namoro; mas que relações são construídas onde a infância e a adolescência não tem espaço para construção e exercício do afeto? Amizade, flerte, paquera - as primeiras experiências do conhecimento de si e do outro. Não mais a praça, só espaço para sanduíches gordurosos, um pequeno espaço na esquina para o pipoqueiro e o amendoeiro, naquele pedacinho fechado um tímido pula-pula. Os circos e parques que chegam. . . vão embora rápido!?
• Ah! Lá nos restaurantes escolas e clubes particulares têm play groud - mas só para quem pode ir lá.
• Mas na APAE para o infante especial, tem Brinquedoteca – espaço artificializado.
• E as cachoeiras? Sem segurança para banhistas.
• Mas na APAE para o infante especial, tem Brinquedoteca – espaço artificializado.
• E as cachoeiras? Sem segurança para banhistas.
• A 2ª atividade física praticada, a caminhada - claro que a primeira é o futebol - ainda não tem espaço seguro e divide a via com charretes, carroças e carros.
• Tem menino de rua! Não mais menino na rua brincado de bola de meia e queimada, eles estão em casa no vídeo game e no computador - rumo ao futuro!
Que futuro é esse que não prevê o conhecimento e a segurança do corpo do indivíduo, e do desenvolvimento do ser em todas as suas potencialidades e necessidades?
Comecei falando que o BRINCAR é propriedade do infante, mas agora já era, porque como adulto ele poderá beneficiar-se pouco DELE se não tiver oportunidade de usá-LO terapêuticamente - como habilidade adquirida. Quando é, ele continuará usando-O na adolescência - evitando depressão e a experiência com drogas; quando adulto - resolvendo situações inusitadas do cotidiano, evitando alcoolismo, drogadicção, violência, separações etc; na 3º idade - prevenindo doenças e preconceito.
Brincar é coisa séria! |
Há uma publicação recente que defende que no novo milênio os infantes voltarão a BRINCAR. Estaríamos resgatando nossas origens, como acabamos de fazer com o advento da eletricidade x racionamento de energia? Ou descobrimos como os que fazem a viagem e trilha a Santiago na Espanha, que temos que abrir mão do superfulo e nos atermos ao essencial - ao básico para a sobrevivência vital e o cumprimento de nossos objetivos espirituais: habilitadores (pais e professores) e reabilitadores (terapeutas).
Já evoluímos muito, não vestimos mais nosso infante como adultos - externamente. Ao nos questionar poderemos descobrir que estamos fazendo isto - internamente, antecipando uma “modernidade” e evitando suas próprias descobertas.
Deparamo-nos com duas situações emergenciais:
• Criarmos e ampliarmos espaços estruturados para que o infante desenvolva-se dentro de um conceito mais amplo de saúde;
• Estarmos atento ao indivíduo que não brinca, encaminhando-o aos serviços de reabilitação, pois o presente não está sendo favorável e o futuro pode ter conseqüências desastrosas;
Seja bem vindo Arquiteto do parquinho, podemos conversar!? Demais Arquitetos, precisamos de mais praças!
Futura Turismóloga, e o potencial turístico de Mutum como fica?
Sejam bens vindos Monitores e Artistas do Sesc, façam em Mutum a sua morada!
Queridos mutuenses ausentes e presentes brinquem muito nesta semana, e levem a experiência integrada em seu corpo mente e espírito e impregnada no coração.
Texto maravilhoso Jussara,assim vc ajuda a expandir campos de atuação da TO e melhor que isso, mostrando seu trabalho.
ResponderExcluirbjs...